domingo, 18 de março de 2012

Não sou de todo mundo


Não sou de todo mundo

Uma sutil ameaça se espraia - como diria Olívio Dutra - sobre a sociedade e os costumes. O amor  -  ou o que agora chamam de amor - está liberalizado e a humanidade caminha inexoravelmente para uma poligamia irreversível. Nunca a música Sou de Todo Mundo, dos Tribalistas, soou tão real. O fim da exclusividade, vem sendo vendido como a fórmula do sucesso nas relações, a receita do “casamento” feliz. Chega -se a dizer que quem se depara com os limites impostos pelas regras do matrimônio, sendo impedido de ir em frente quando se sente tentado, é infeliz e toma ansiolíticos e antidepressivos. Mas esquecem de mencionar que, “quem é de todo mundo e todo mundo é seu também”, geralmente dorme à base de calmantes e apela para a fluoxetina para preencher o largo vazio que tem no peito. 

Adeptos afirmam que haverá mais respeito e solidariedade nas relações quando estas forem poligâmicas. Você consegue acreditar nisso? Eu não consigo.
Quando citam os mitos do amor romântico, se referem a amar uma pessoa de cada vez e focar o interesse na pessoa amada, como coisas piegas, jurássicas, a serem extirpadas da sociedade. Coisa de se encher de culpa por se achar que é correta.
Não sou doutora no assunto e não tenho cacife para discutir o assunto, ao menos tecnicamente. Mas sou gente e entendo que se há uma tendência de que tal comportamento aconteça, não significa que vá acontecer de fato. Está nas mãos das pessoas, entregarem de bandeja tudo que acreditam certo, só porque a moda dita que agora isso é out, ou fincar pé e manter seus valores. Faça quem assim o quiser. 

Quem tiver competência e personalidade para tanto, que faça prevalecer o que acredita Continue amando e desejando ser amado com exclusividade. Não troque seus princípios, como quem troca o guarda-roupa, apenas porque a moda das estampas cedeu lugar às listras. Até acredito que a novíssima geração, crescida dentro de novos paradigmas, não tenha dificuldades em se adaptar, mas quem passou dos quarenta com certeza, se o fizer, será para parecer jovenzinho.

Mara Pante - jornalista
marapante@gmail.com

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